Pedir desculpas por auditoria é ‘abordagem perigosa’, diz presidente do BNDES

Pedir desculpas por auditoria é ‘abordagem perigosa’, diz presidente do BNDES

22 de janeiro de 2020 0 Por redacao

Para Gustavo Montezano, é “difícil julgar” a decisão de contratar uma auditoria para investigar suspeitas de uma caixa-preta no banco

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou nesta quarta-feira que a cobrança por um pedido de desculpas da instituição aos seus funcionários é uma “abordagem perigosa”. Para ele, é “difícil julgar” a decisão de contratar uma auditoria para investigar suspeitas de uma caixa-preta no banco.

“Era outra conjuntura. Eu tenho 20 anos de mercado financeiro e, mesmo quando me apresentam [as operações], eu peço para explicarem de novo. Se para um economista ou um advogado é complexo entender, imagine para um cidadão”, disse Montezano, em conversa com jornalistas em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

Segundo Montezano, a auditoria foi contratada entre 2017 e 2018. Foi uma investigação extensa, com a revisão de milhares de documentos, que estão sendo encaminhados para os órgãos de controle, disse. Ele também relativizou os custos, que chegaram a R$ 48 milhões.

“Auditorias mais complexas e independentes podem chegar a centenas de milhões de dólares. São caras mesmo”, argumentou.

Na avaliação de Montezano, a imagem do banco já melhorou sensivelmente e o BNDES agora permite o acesso às informações corretas para a população e partes interessadas. “Estamos satisfeitos com o trabalho de explicação que foi feito sobre temas complicados. Houve uma retomada da credibilidade. Está surtindo efeito.”

Ele disse que é difícil para um “cidadão comum” entender que não houve “nada de ilegal” na postura do banco ao fazer empréstimo de US$ 561 milhões para o porto de Mariel e levar calote de Cuba ou ter financiado jatinhos executivos com taxas de 2% ao ano, enquanto os juros da Selic estavam em dois dígitos.

Auditoria analisou operações entre 2005 e 2018

O BNDES pagou R$ 48 milhões para os trabalhos de consultoria da Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, subcontratada pelo escritório Levy & Salomão Advogados, para realizar a auditoria externa nos números do banco em algumas operações.

De acordo com resumo do relatório da auditoria externa, os trabalhos foram focados em oito operações entre BNDES e JBS S.A.; Bertin S.A.; e Eldorado Brasil Celulose S.A. realizadas entre 2005 e 2018.

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As investigações de auditoria externa abordaram as seguintes operações: financiamento do banco à JBS em agosto de 2005 de R$ 187,46 milhões para adquirir Swift Armour S.A. Argentina pela JBS; investimento de R$ 1,13 bilhão pela BNDESPar, braço de participações do banco na JBS em julho de 2007 relacionado à aquisição, pela JBS, da Swift Foods Compan

Também foram investigados: investimento de R$ 995,86 milhões da BNDESPar na JBS em abril de 2008 relacionado à aquisição, pela JBS, da National Beef Packaging Company, LLC e Smithfield Beef Group Inc. nos Estados Unidos; investimento, em 2008, de R$ 2,49 bilhões pela BNDESPar na Bertin; aquisição, em dezembro de 2009, de R$ 3,47 bilhões em debêntur

A auditoria também avaliou: decisão da BNDESPar, em 2011, de converter debêntures emitidas pela JBS em dezembro de 2009 em 494 milhões de ações ordinárias da JBS a uma taxa de conversão de R$ 7,04 por ação; financiamento pelo BNDES à Eldorado em julho de 2011 no valor aproximado de R$ 2,71 bilhões para fábrica de celulose em Três Lagoas, Mato Gross

De acordo com o relatório oficial de auditoria externa finalizado no fim de dezembro, a equipe de investigação não encontrou durante sua análise nenhuma evidência direta de corrupção em conexão com as operações. Segundo conclusão do relatório, também não foram encontradas evidências de que os ex-presidentes do banco, Guido Mantega e Luciano Coutinh

No entanto, o relatório fez uma ressalva, em sua conclusão. Para os auditores externos, “não foi possível descartar por completo que essa influência indevida tenha ocorrido, considerando as limitações da investigação e a probabilidade de que muitas das comunicações possam ter ocorrido oralmente ou por meio de aparelhos pessoais aos quais a Equipe d

Na conclusão do relatório, os auditores externos também são bem claros ao dizer que sua análise final sobre as operações devem estar ressalvadas por limitações de que a “equipe de investigação não teve acesso a certos documentos e testemunhas importantes”.

No relatório de auditoria externa sobre as operações, os auditores fizeram, ainda, duas considerações. Por meio de leitura de documentos e entrevistas realizadas com testemunhas com conhecimento das operações, a consultoria concluiu que as decisões do banco de financiar e investir na JBS para apoiar as aquisições de empresas estrangeiras “foram tom

Outra consideração é que, com o resultado dos investimentos em renda variável do BNDES na JBS, o banco na prática teria se tornado mais do que um típico credor preocupado em recuperar o principal e os juros dos empréstimos – ele se tornou o maior acionista minoritário da JBS. “Assim, o sucesso econômico do banco e da JBS (e da Bertin) tornou-se int

Em sua conclusão, os auditores externos também destacam que “de maneira geral, a análise da equipe de investigação confirmou que houve diversas instâncias nas quais os funcionários do BNDES cometeram desvios ou abriram exceções às políticas do BNDES ou aos contratos relevantes”.

“Contudo, a equipe de investigação concluiu, com base nas informações coletadas durante a investigação, que as decisões do banco parecem ter sido tomadas depois de considerados diversos fatores negociais e de sopesados os riscos e potenciais benefícios para o banco. Os documentos da época e as entrevistas realizadas não indicaram que as operações t

Fonte: Valor Econômico