Relações entre a Grécia e a zona do euro por um fio
Primeiro oprimida por dívidas e agora oprimida por refugiados, a Grécia oferece um alvo tentador para os líderes europeus que têm de lidar com as consequências.
Como as feridas estão só começando a cicatrizar depois que a zona do euro concordou em dar outra ajuda financeira para a Grécia, a incapacidade do país para assimilar dezenas de milhares de refugiados que estão batendo às suas portas ameaça reabrir essas feridas novamente. As autoridades locais gregas estão sendo inundadas por cerca de 3.000 pessoas que chegam por dia, a maioria das quais é autorizada a seguir para o norte atravessando os Bálcãs rumo à Alemanha e à Escandinávia, semeando tensões políticas pelo caminho.
A paciência já era pouca após anos subsidiando a economia grega e meses de negociações caóticas por um resgate neste ano, portanto os líderes da União Europeia não precisaram procurar muito para achar um bode expiatório para a mais recente emergência. O risco é que, difamando as autoridades gregas, as autoridades da UE possam comprometer o frágil acordo político que é a base para a recuperação econômica do país e para sua permanência como membro do euro.
“Há níveis de confiança muito baixos e muita bagagem”, disse Mark Leonard, diretor do European Council on Foreign Relations em Londres. “É inevitável que quando existem tantas grandes crises acontecendo ao mesmo tempo com o mesmo elenco de personagens, haja correlações de uma crise para a outra”.
Reunião
Os ministros de Finanças das 19 economias da zona do euro vão se reunir em Luxemburgo nesta segunda-feira pela primeira vez desde a vitória eleitoral de Alexis Tsipras em setembro e terão que escolher as 48 etapas que a Grécia precisará cumprir para ter direito a receber seus próximos pagamentos do resgate.
Apesar de suas duras críticas ao establishment europeu, Tsipras foi o primeiro líder grego a ser reeleito após assinar um acordo de resgate. Com todos os olhos sobre os esforços do seu governo, liderado pelo partido Syriza, para se manter no caminho da reforma, a crise sem precedentes dos refugiados acrescenta outra camada de incerteza.
A Grécia é o primeiro porto de escala da UE para as pessoas que estão fugindo da guerra e dos conflitos civis em países como a Síria, muitas das quais pagam a traficantes para as levarem através da curta passagem marítima do litoral da Turquia até uma das ilhas gregas espalhadas pelo Mar Egeu. A Grécia, que também tem uma fronteira terrestre com a Turquia, viu quase 400.000 migrantes chegarem por mar em 2015, na comparação com 43.500 durante todo 2014, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados na sexta-feira.
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A Grécia, mais uma vez
Dois meses depois de os líderes virarem a noite em uma tentativa desesperada e mal-humorada de manter a Grécia na zona do euro, eles voltaram se arrastando para Bruxelas em setembro para uma cúpula de emergência sobre os refugiados – e alguns deles apontaram novamente o dedo para Tsipras.
“Se os gregos não são capazes de defender suas próprias fronteiras, nós deveríamos pedir amavelmente – porque a Grécia é um país soberano – que eles permitam que os outros membros da União Europeia defendam a fronteira grega”, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
Por enquanto, a Europa não está culpando Tsipras exclusivamente. A chanceler alemã, Angela Merkel, reiterou no sábado que a região precisa cooperar mais com países como a Turquia para deter os migrantes que entram primeiro pela Grécia. A Turquia, que tem fronteiras com a Síria e o Iraque, é ao mesmo tempo um núcleo receptor de refugiados e um país de trânsito para aqueles que viajam para a Europa.
A decisão da UE no mês passado de compartilhar o peso realojando 50.400 refugiados que chegaram na Grécia poderia sinalizar certa aceitação de que a Grécia agiu corretamente diante de uma pressão sem precedentes.
“É de interesse coletivo da Europa garantir que a Grécia seja um Estado forte e estável, não só em termos de economia, mas também em termos de asilo”, disse Alexander Betts, diretor do Centro de Estudos sobre Refugiados da Universidade de Oxford.
Fonte: Bloomberg